domingo, 25 de outubro de 2009

Porque há muito tempo ninguém me tirava o sono como você me tirou agora

Pare de rir de minhas piadas sem graça, de minhas histórias bobas e de ser complascente com meus problemas banais. Tire essa foto do msn, essa mesmo do seu sorriso lindo, porque eu já estou com ele gravado na mente. E pode parar com esse sincronismo, essas coincidências, esses gostos em comum que já tô ficando arrepiada. Porque há muito tempo que ninguém me tirava o sono como você me tirou agora…

Nem lembro da última vez que alguém conseguiu a proeza de me incomodar tanto a ponto de sair debaixo do ventilador fresquinho – e olha que tá calor pra burro! -, levantar e ligar o pc, para escrever essa carta/post/desabafo. Você tem sido minha urgência, meu pensamento nas horas mais inusitadas, na fila de banco, ao atravessar a rua, ao dar a primeira garfada do meu almoço… que coisa! Largue esse sotaque fofo, mas largue-o aqui, na minha boca, por favor. Porque há muito tempo que ninguém me tirava o sono como você me tirou agora…

Pare de me confundir, ora fitando minha alma, ora se esquivando graciosamente na sombra. Porque sua graça é tão linda que eu passaria a eternidade repetindo-a em voz alta, posta ereta em pedra altiva, com uma flor na mão. Professor com semblante sério, passando matéria de prova e eu pensando nos seus dentes arranhando a minha nuca, ai ai. A você eu ando revelando o que não devo, quando de todos eu tenho preservado severa distância. A você minha atenção tem sido escrava, mas pra quê alforria? E foi tudo tão rápido, ligeiro, de supetão, que nem sei como reagir. Espero que amanhã eu acorde e veja que esse turbilhão interno passou. (”Ou quem sabe não” – é o capetinha sussurando no meu ouvido). Você tem uma risada única e ela ficou martelando em minha mente desde então. Porque quando finges que não me viu online, é a minha agonia de não-existência. Você não cede a todas minhas investidas, o que me faz te querer mais e mais. Porque há muito tempo ninguém me tirava o sono como vc me tirou agora…

Você sabe exatamente quando falar sério e quando brincar, isso, pensando bem, é extremamente sedutor. O tempo é tão pouco, mas ao mesmo tempo tão longo – tão longo que parece eternidade; já risco os dias do calendário, juro! Há muito, muito tempo que eu não lembro o que é me deliciar relendo e-mails enviados. Nada mais importa a não ser entender o que se passa e saber se é recíproco. Sequer passou pela minha cabeça que você ia ligar em seguida, me pegando totalmente de surpresa, muito menos que as horas iam voar, que o dia ia clarear pelas frestas de minha janela, anunciando a realidade.

Pare tudo - tenha piedade! - porque eu ainda não sei direito o que fazer; se paro e racionalizo, se não penso e me atiro, se vou com calma e deixo a digestão agir, se…, se…

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