segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Eu Te Amo

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar,
fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que ainda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato ainda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir

Antonio Carlos Jobim, Chico Buarque

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Primeiro Amor

Todo mundo já teve um primeiro amor... o último a gente nunca saberá qual é, mas o primeiro será sempre inesquecível. O primeiro amor é aquele que faz você suar frio, ficar quente, eloqüente, inconseqüente. Ele é sempre jovem, forte e vibrante. Por mais que tudo tenha dado errado e tenha sido mais que desajeitado, o primeiro amor é sempre cor de rosa, traz boas lembranças, promessas, poemas e prosas. Alguns também trazem boas risadas... o meu primeiro amor, tem o som de Kenny G, por isso inevitavelmente quando estou em salas de espera, dentistas e ambientes afins, fico com cara de boba e apaixonada, com aquele sorriso no rosto do privilégio de ter vivido um grande e incondicional primeiro amor e mais nada. O primeiro amor é saudável, é moleque, é pivete, é quando se joga confete, masca chiclete ao som de Ivete. É aquele que você se perde, se acha, transa na sala, no sofá, na cama de solteiro, na escada, no carro, no banheiro e também no chuveiro. O primeiro amor é uma explosão de hormônios, sentimentos inconstantes, intrigantes, interessantes, porque é a descoberta do desconhecido, o desbravamento do território virgem e nunca explorado com tantas sensações de prazeres. O primeiro amor é eterno, é um marco, mas no primeiro momento que achamos que não é, o primeiro amor é a morte, um sofrimento de posse e quase um deboche. O primeiro amor pode ser uma breve, eterna ou única história, pode ser até mesmo a última esperança, no espaço de um hiato, perdido no espaço, que liga a juventude à velhice na luxúria de amar um amor que é só meu, e é só seu... primeiro amor.

Ana Flávia Corujo

sábado, 7 de novembro de 2009

Procure sempre lembrar...

Que duas pessoas discutindo, não quer dizer que se odeiam.
Que duas pessoas felizes, não quer dizer que se amam.
Que o mundo dá voltas e a vida é uma seqüência de desafios.
Que algumas feridas saram, outras não.
Que com a pessoa certa, uma vida é pouco tempo.
Que com a pessoa errada, um minuto é muito.
Que mesmo acompanhado ainda pode estar só.
Que caráter vem de berço, não se compra.
Que Amor não se exige; se dá.
Que seus amigos eventualmente vão te machucar. São humanos.
Que um ato pode mudar toda uma vida
Que nem toda uma vida pode mudar alguns dos nossos atos.
Que o importante pra mim, pode não ser o mesmo pra outros, e isso não é um defeito.
Que a decência é uma prática diária.
Que humilhar é a pior das covardias.
Que a capacidade de amar, é nata. Não depende de terceiros.
Que a beleza está na alma.


"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade".
Carlos Drummond de Andrade